terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Nelson Garcia deixa a disputa e apoia chapa de Rossoni

Quinze dias depois de confirmar por meio da assessoria de imprensa que disputaria a eleição para presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado Nelson Garcia (PSDB) anunciou ontem que apoiará a candidatura de Valdir Rossoni (PSDB) ao cargo. Por meio de nota, Garcia agradeceu ao apoio “espontâneo” dos parlamentares que teriam começado um movimento em torno do seu nome para concorrer à presidência da Casa e afirmou que, pela unidade do partido, não disputará a eleição.
O discurso, porém, não corresponde aos acontecimentos das últimas semanas, quando deputados confirmaram ter sido procurados pelo tucano para formar uma chapa alternativa à de Rossoni. O próprio governador Beto Richa (PSDB), que apoia Rossoni, após se reunir com o parlamentar, classificou como legítima a intenção de Garcia em postular a presidência do Legislativo estadual.
No documento, Garcia afirma que o movimento em torno do seu nome – que ele garante não ter sido uma iniciativa própria – “cresceu a ponto de viabilizar a candidatura”. A partir de então, o tucano diz ter procurado outros parlamentares e o governador para debater o assunto. “Assim, depois de muito refletir (...), em nome da unidade partidária que deve sempre prevalecer em detrimento dos interesses pessoais, achei por bem (...) apoiar o nome do deputado Valdir Rossoni”, diz o texto, que volta a ressaltar no último parágrafo que o apoio a ele foi “espontâneo”.
As afirmações do agora ex-candidato à presidência da Assembleia, no entanto, divergem das informações apuradas pela Gazeta do Povo nos últimos dias. Garcia, na verdade, seria um candidato dos deputados “descontentes” com Richa e teria lançado sua chapa, em parte, para negociar mais cargos na administração estadual. A principal reclamação desses parlamentares é que eles não estariam sendo ouvidos nas nomeações para o segundo e terceiro escalões, nas quais o governador estaria dando preferência a aliados mais próximos – entre eles Rossoni e o futuro líder do governo na Assembleia, Ademar Traiano (PSDB). Diante da insatisfação, Richa paralisou as nomeações ao Executivo estadual até acalmar o grupo liderado por Garcia.
Garcia teria ainda aproveitado um racha no PSDB, apostando no apoio do ex-presidente do Tribunal de Contas e ex-presidente da Assembleia Hermas Brandão, antigo tucano e desafeto de Rossoni. Hermas, inclusive, anunciou recentemente, em entrevista ao Jornal do Estado, que rompeu relações políticas e de amizade com Richa.
Outro dado que coloca em xeque a nota de Garcia é que o parlamentar ficou incomunicável nas últimas três semanas, até entrar em acordo com o governador em relação às nomeações do segundo e terceiro escalões. Enquanto sua assessoria afirmava que ele estava em viagem fora de Curitiba, parlamentares próximos ao tucano garantiam que ele se reunia diariamente na capital com outros deputados em busca de apoio para fechar uma chapa e enfrentar Rossoni pelo comando da Casa.
Fonte: Gazeta do Povo
28/01

Nenhum comentário:

Postar um comentário