segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Paulinho da Força questiona Dilma e ameaça levar ao Congresso confronto pelo mínimo

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse nesta sexta-feira ter estranhado a declaração da presidente Dilma Rousseff, de que o governo não vai oferecer nada além dos R$ 545 como reajuste para o salário mínimo, enquanto as centrais sindicais reivindicam R$ 580. De acordo com Paulinho, que é deputado pelo PDT de São Paulo, se as negociações em curso não tiverem como conclusão um acordo com os trabalhadores, o "único caminho" será o confronto no Congresso Nacional.
- Não estou entendo muito essa conversa do governo, principalmente da presidente Dilma. Se as negociações não continuarem e não houver acordo o único caminho será o confronto no Congresso - disse o deputado.
Assim como a presidente Dilma fez nesta sexta-feira em Porto Alegre, Paulinho lembrou que as negociações com as centrais estão "apenas começando". As conversas com os ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral, começaram esta semana, por isso o presidente da Força Sindical acredita em acordo.
- Ainda estou acreditando no acordo. Se não fosse para fazer um acordo, por que o governo começaria a negociação? O governo não tem por que abandonar uma política que deu certo, que ajudou o país em um momento difícil, e que deu ao presidente Lula toda a popularidade que ele conquistou - disse.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, lembrou dos termos definidos em 2007 para a política de valorização do salário mínimo. Essa política prevê que o mínimo seja reajustado anualmente a partir da soma dos índices de crescimento do PIB de dois anos anteriores e da inflação. Mas, defende a CUT, o aumento em 2011 deve ser estabelecido de maneira diferenciada.
- Cobramos excepcionalidade para o salário mínimo da mesma forma como foram tratados de maneira excepcional os empresários durante o período da crise de 2008 e 2009. Diferentes setores econômicos tiveram isenção tributária e outras formas de incentivo. Por que, então, os trabalhadores, que bravamente ajudaram o Brasil a atravessar a crise com sucesso, deveriam ficar sem aumento real agora? -questionou o presidente da CUT.
Uma nova reunião de negociação do governo com as seis centrais - CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CGTB e Nova Central - está marcada para a próxima quarta-feira, em Brasília. Até lá o movimento sindical planeja realizar novas mobilizações de rua para pressionar o governo.
Fonte: O Globo
28/01

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