quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Corte de gasto público precisa ser gradual, diz Timothy Geithner

O secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, alertou os países em recuperação para os impactos da redução de gastos públicos, que deve ser feita com cautela para não afetar a retomada do crescimento. “Algumas pessoas querem ir muito rápido para fazer fortes cortes dos gastos de governo. Mas não é um método razoável. Deve-se ter certeza de que não vai afetar a recuperação”, afirmou Geithner em plenária do Fórum Econômico Mundial ontem.
As declarações do representante norte-americano seguiram uma enfática defesa da necessidade de empenho no corte de gastos feita pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, em Davos. Cameron reforçou que a reestruturação das contas deve ser prioridade na União Europeia e chegou a sugerir aos países do bloco que seguissem o exemplo britânico – o país se esforça para fazer uma significativa redução de despesas.
Apesar de manter o discurso de cautela em relação aos gastos, Geithner admitiu um maior reconhecimento nos Estados Unidos de que a posição fiscal do país é insustentável no longo prazo e uma maior disposição política para ajustá-la. “Vai ser preciso um grande esforço para colocar a situação sob controle. A disposição política não foi completamente manifestada ainda, mas está vindo. Não há alternativas”, afirmou.
Para Geithner, há mais confiança em relação ao processo de retomada e um temor menor de que o país enfrente uma nova recessão. Ele citou os seis trimestres de crescimento para fundamentar a melhora na avaliação da economia.
Apesar dos dados mais otimistas, o secretário do Tesouro foi questionado sobre o nível de desemprego. A explicação usada para responder sobre a razão de o emprego não acompanhar o avanço dos outros dados foi a crise. Segundo ele, as empresas ficaram mais desconfiadas para fazer contratações depois de enfrentar o momento de pânico gerado pela crise. “As pessoas estavam em pânico na crise. Isso está melhorando”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de o país atingir a previsão de 8% de desemprego em 2012, Geithner disse que não acredita em previsões. “O desemprego só vai cair com o crescimento. Temos muitos desafios à frente, mas vamos fazer as coisas para tornar [os 8%] mais possível”, disse. Um crescimento de 3% a 4%, segundo ele, poderia levar a uma taxa de desemprego inferior a 8% em 2012.
Fonte: Gazeta do Povo
29/01

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