quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dilma decide rever toda a decisão sobre a compra de caças

Tratado como urgente e questão definida no final do governo Lula, a compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) entrou em compasso de espera no governo Dilma Rousseff. A presidente não está tratando o assunto como prioritário. Nas conversas que manteve com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ainda antes de assumir o Planalto, avisou que queria conhecer melhor as propostas e analisar as ofertas. Ainda não teve tempo de se debruçar sobre o assunto porque outros problemas, como a tragédia das chuvas no Rio de Janeiro, atropelaram a agenda de Dilma.
“Não vamos começar da estaca zero porque senão seria começar o processo todo de novo e não é isso”, declarou ontem Jobim, insistindo que a intenção do governo é tomar uma decisão sobre este tema em seis meses.
Todo o processo elaborado durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva considerava o modelo francês Rafale o preferido pelo Brasil. Primeiro porque foi estabelecida uma parceria estratégica com a França de Nicolas Sarkozy. Segundo, pelo fator transferência de tecnologia, considerado fundamental pela Estratégia Nacional de Defesa.
Os demais modelos que participam a disputa, o norte-americano F-18 e o sueco Gripen NG, têm problemas com transferência de tecnologia. Embora os governos dos dois países avalizem a transferência, o governo brasileiro sabe que o Congresso dos Estados Unidos, que costuma atuar de acordo com seus interesses momentâneos, tem poder de veto neste tema.
A presidente Dilma já tem em mãos o relatório preparado pelo Ministério da Defesa que aponta o Rafale como o único modelo capaz de seguir efetivamente as regras estabelecidas pela Estratégia Nacional de Defesa. A prioridade é a transferência de tecnologia. Durante o processo de escolha, a FAB manifestou preferência pelo Gripen, sob a alegação de que o projeto poderia ser desenvolvido conjuntamente e elaborou o seu relatório pontuando o modelo sueco como o número um.
A indefinição sobre uma possível data para a escolha do caça gerou uma grande insatisfação entre os concorrentes que começam a se movimentar novamente querendo mostrar que, passados seis meses das propostas finais apresentadas, têm mais ofertas a apresentar.
Depois de escolhido o modelo do negócio, estimado em até R$ 10 bilhões para 36 aviões, ainda será necessário pelo menos mais um ano para que as condições financeiras do contrato sejam fechadas.
Fonte: Gazeta do Povo

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