terça-feira, 8 de março de 2011

Sarney ganha força com escolha de Decat para presidir Furnas

Brasília - Em mais uma demonstração pública de afirmação de sua autoridade e da animosidade que marca a relação entre os partidos da base aliada, a presidente Dilma Rousseff escolheu o engenheiro Flávio Decat para presidir a estatal Furnas Centrais Elétri¬¬cas. Dilma tinha a intenção de levar Decat para a presidência da Eletrobrás, mas a crise política vivida por Furnas, com a circulação de dossiês e acusações mútuas entre grupos ligados ao PT e ao PMDB, levou a presidente a mudar sua escolha.
Para a presidência da Eletro¬¬bras o nome mais forte passou a ser o do atual secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, homem de confiança de Dilma no setor elétrico. O atual presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Filho, deverá ser descolocado para a presidência da Eletronorte, cargo que já ocupou.
A escolha dos primeiros nomes para a direção das estatais do setor elétrico demonstra, mais uma vez, a força do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no wgoverno. Flávio Decat, que ultimamente estava no Grupo Energia, do setor privado, tem o apoio de Sarney e do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Quanto à escolha de Decat para a presidência de Furnas, ela teve três objetivos: além da afirmação da autoridade presidencial e de fazer mais um agrado ao grupo de Sarney, serviu de punição ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), padrinho do atual presidente de Furnas, Carlos Nadalutti Filho. Dilma mostrou a Cunha que só negociará com o PMDB como um todo, deixando de atender aos pleitos solitários de um parlamentar.
Dilma mostrou ainda que tem armas para enfrentar os partidos. Na crise de Furnas, ela optou por ignorar o PMDB da Câmara, ao mesmo tempo em que fortalecia o PMDB do Senado. De acordo com testemunhas de uma reunião entre os dirigentes peemedebistas com o ministro Antonio Palocci (Casa Civil), encerrada às 2 horas da madrugada de quinta-feira, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), deu berros ao saber que Dilma escolheria Decat para Furnas. “A Câmara não aceita perder Furnas para o Senado”, disse Alves, segundo um dos presentes. Na tarde de ontem foi feita uma nova reunião entre o Planalto e o PMDB, quando o nome de Decat foi anunciado como definitivo.
De acordo com Lobão, Decat vai pedir que todos os diretores de Furnas coloquem seus cargos à disposição. Isso é necessário, segundo ele, porque há um novo governo.
Fonte: Gazeta do Povo
04/02

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