quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Nelson Jobim nega reabertura do processo de caças

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, negou nesta terça, 25, que a presidente Dilma Rousseff tenha cogitado a possibilidade de reabrir licitação ou adiar os prazos para definição da compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). Em visita ao Complexo do Alemão, no Rio, para inauguração de uma agência do Banco do Brasil, ele classificou de "balbúrdia" informações de que a presidente tenha considerado reabrir o processo para entrada de novos candidatos.
"Está claro que essa balbúrdia está sendo criada por empresas que não são concorrentes e querem entrar no processo", afirmou o ministro. Ele negou a volta ao páreo do caça russo Sukhoi-35. "Os russos foram desqualificados lá atrás. No início do processo", declarou.
O ministro disse ter a expectativa de que o vencedor da licitação seja anunciado este ano. Apesar de negar, de forma enfática, o adiamento da escolha do modelo de caça a ser comprado para 2012, Jobim admitiu que, na prática, o processo será lento. "Uma vez decidido, há mais, no mínimo, 12 meses de negociações complexas, que envolvem transferência de tecnologia, os off sets diretos e indiretos e o contrato financeiro, que define a forma como isso será negociado. Isto aconteceu com os submarinos", declarou.
A decisão sobre a compra, ponderou Jobim, não deve sair nos próximos dias. Segundo o ministro, o País enfrenta "uma situação de emergência por causa das chuvas" e este não seria o momento ideal para uma definição.
Disputam a venda de 36 caças ao Brasil a francesa Dassault (tida até o fim de 2010 como favorita), com o Rafale; a norte-americana Boeing, com o F-18 Super Hornet; e a sueca Saab, com o Gripen. A russa Sukhoi foi eliminada. Também já demonstrou interesse em entrar no processo a Lockheed, dos Estados Unidos.
O preço do pacote que inclui aviões, armas, logística e transferência de tecnologia varia. A proposta francesa é de US$ 6,2 bilhões, a norte-americana de US$ 5,7 bilhões, e a sueca de US$ 4,5 bilhões.
O lobby dos três concorrentes voltou ao noticiário após a visita ao Brasil do senador republicano John McCain, que disputou as eleições presidenciais com Barack Obama. Ele disse em encontro com Dilma que os norte-americanos também estão dispostos a negociar a transferência de tecnologia e sinalizou que o Congresso americano não fará oposição. Por esta mesma garantia, os caças franceses sempre contaram com a simpatia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grande empecilho do caça sueco é que a aeronave ainda é apenas um projeto.
Além dos caças, o ministro negou que a presidente tenha a intenção de rever a compra dos 11 navios para a Marinha. O negócio é avaliado em R$ 10 bilhões. "A Marinha ainda não concluiu as consultas necessárias. Logo, isto é absolutamente falso."
Fonte: O Estado de São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário