sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Chalita pretende criar Lei de Responsabilidade Educacional

Gabriel Chalita,segundo deputado federal mais votado de São Paulo faz um balanço da campanha, ataca José Serra, seu ex-colega de partido, e promete dedicação total à criação de uma Lei de Responsabilidade Educacional


O deputado federal eleito Gabriel Chalita (PSB-SP) costuma ser lembrado como um fenomenal produtor de livros. Aos 41 anos, ele é autor de 52 títulos sobre os mais diversos temas, como religião, filosofia e educação. Nos últimos dois anos, Chalita comprovou que também pode ser considerado um fenômeno nas urnas. Em 2008, pelo PSDB, ele foi eleito o vereador mais votado de São Paulo com mais de 100 mil sufrágios.
Chalita ficou conhecido na política como secretário de Educação de São Paulo na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), de quem diz ser muito amigo. Na Câmara, diz que pretende atuar em duas frentes: na Comissão de Constituição e Justiça e na defesa de uma Lei de Responsabilidade Educacional nos mesmos moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal.


"Você estabelece alguns critérios que são impeditivos de modificação pelo administrador, seja municipal, estadual ou federal. Exemplo: você põe uma meta para melhorar o ensino infantil. Essa meta diz que prefeitos precisam fazer tantas creches num determinado período. Se mudar a prefeitura, o novo prefeito não pode mudar a prioridade. Ele continua com aquela meta, de X creches em tantos anos. Outro problema: salário de professor. Em todos os casos, se o sujeito não cumprir, fica inelegível. Tem de ter punição."


O QUE DETERMINOU SUA SAÍDA DO PSDB

Chalita ficou 20 anos no PSDB desde o Montoro. Entrou quando tinha 19 anos.Sua vida é uma vida de educador: é professor, educador, trabalhou fora do Brasil, dentro do Brasil, foi secretário de Educação, presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) por dois mandatos, inclusive com o apoio de secretários do PT. No Consed, defendem a permanência do ministro Fernando Haddad quando o Tarso Genro saiu. Sempre com uma visão técnica dessa questão, e defende um sonho ligado à educação. Quando Serra assumiu o governo de São Paulo, todo o sonho criado da educação foi ruindo. Foi uma gestão marcada pela relação harmoniosa. Não tivemos problemas com os professores. Um foco era formar professor, valorizar professor. Outro foco era abrir as escolas nos finais de semana, na visão de que o processo para redução da violência passa pela educação. Isso deu resultado, São Paulo recebeu prêmios internacionais. Então Serra mexeu na parte de formação dos professores, ele foi fechando as escolas nos finais de semana, foi fechando as escolas de tempo integral...
Serra parou de investir, parou com a bolsa mestrado, parou de dar formação para os professores em faculdade e diminuiu substancialmente o que se investia. Era gasto R$ 140 a R$ 150 milhões por ano com formação e ele passou a gastar R$ 40 milhões. Programa a programa foi se desfazendo. Não era possivel entender.
"Eu estava no PSDB e tentava mostrar que isso estava estragando a educação em São Paulo. Ele teve que trocar três vezes de secretário da Educação, né? E uma guerra com professores, que eu não entendia a justificativa. Eu tentava discutir isso dentro do PSDB. Mas como o Alckmin estava enfraquecido naquele momento, eu não tinha nem fórum para essa discussão.Eu era convidado até por outros partidos para discutir educação, mas dentro do PSDB eu não era mais ouvido."

Em entrevista à Revista Época

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